6 anos de Mídia Esporte: De lá para cá será que algo mudou?

O Portal Mídia Esporte agradece a você, amigo leitor, por sempre acompanhar aqui as notícias dos bastidores da imprensa esportiva.

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Por Otto Rezende,
Editor-chefe do Portal Mídia Esporte

11 de junho de 2009. Neste dia nasceu o Mídia Esporte, um blog pioneiro em informar os bastidores da imprensa esportiva brasileira. Em seis anos muitas coisas mudaram. Entre idas e vindas, o blog virou site, que virou blog de novo, e finalmente se tornou o maior portal especializado na área graças a você, amigo leitor.

Como você acompanhou ao longo desse tempo, várias mudanças ocorreram com o Portal Mídia Esporte. E com os canais esportivos, o que será que mudou? Ou o que não mudou? É por isso que vamos tentar trazer aqui nesta matéria especial um resumo sobre o que ocorreu de mais impactante nestes últimos seis anos.

O que mudou?

Se tem algo que mudou de verdade foi a disputa pelos direitos de transmissão dos grandes eventos esportivos. Talvez o maior alvo das TV's foi a UEFA Champions League. Em 2009, a Record tirou os direitos de TV aberta da Record, para se vingar da perda dos Jogos Pan-Americanos e da Olimpíada. Nessa época, a repercussão na mídia foi imensa, já que parte do monopólio global havia sido quebrado.

No início, a emissora carioca adquiriu os direitos da Champions apenas para não ser ameaçada pela maior concorrente no Ibope. A Globo cedia os direitos de transmissão à Band e ao Esporte Interativo e exibia obrigatoriamente apenas as semifinais e a final. Porém, ao longo dos anos, a competição passou a ter mais fãs e a Globo começou a transmitir partidas de fases anteriores. Hoje, a UCL chega a registrar mais audiência até que alguns jogos do Campeonato Brasileiro e da seleção brasileira.

A Champions League também protagonizou o maior baque da história da ESPN Brasil. O canal pago, que transmitia a competição há duas décadas, viu o seu carro-chefe passar para as mãos do Esporte Interativo, que no ano passado surpreendeu e comprou os direitos da UCL graças ao grupo Turner, que comprou 100% das ações do canal no início deste ano. Aliás, essa também foi uma outra grande mudança.

O Esporte Interativo, até então, não possuía muitos recursos para adquirir os direitos de transmissão dos grandes torneios esportivos. Neste período de seis anos, a emissora havia perdido os direitos dos Campeonatos Inglês, Italiano, Alemão, Português e da NBA, e por algum tempo ficou apenas com a Champions League como seu principal conteúdo. No entanto, a Turner passou a atuar como sócia da emissora em 2013, e a sua estrutura começou a mudar.

As transmissões da Copa do Nordeste começaram a impactar nacionalmente, e a partir daí o público começou a pedir o EI nas principais operadoras de TV por assinatura. Porém, questões burocráticas e um possível boicote da Rede Globo estão impedindo a entrada da emissora na Sky e na Net. O processo continua até hoje, e ainda não tem previsão de quando o Esporte Interativo estará disponível aos assinantes destas operadoras.

Falando em disputa com a Globo, um canal que também sofreu inicialmente com isso foi o Fox Sports. A emissora chegou ao Brasil em 2012 herdando os direitos da Copa Libertadores, tirando a competição do SporTV. Isso gerou uma grande revolta por parte da Globo, que teve que ceder os direitos da Copa do Mundo de 2014, das Olimpíadas de 2016, da Copa do Brasil e de jogos do Campeonato Brasileiro em VT para ter a Libertadores de volta em seu canal esportivo. No início, o Fox Sports também teve dificuldades de entrar na grandes operadoras de TV paga. O canal só foi ao ar na Sky e na Net três meses após o seu lançamento, ainda assim graças ao acordo que fechou com a Globo.

O que quase mudou?

Se havia perdido os direitos das Olimpíadas para a Record, a Globo por pouco não perdeu também os direitos do Campeonato Brasileiro. Em 2010, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) tirou da Globo a preferência pela renovação dos direitos do Brasileirão de 2012 à 2014.

A partir daí, iniciou uma grande novela até que o Clube dos 13 abriu uma licitação em 2011, vencida pela RedeTV!. A Record também estava interessada em transmitir a competição, mas na última hora não quis participar dessa concorrência, assim como a Globo, e começaram a negociar a transmissão diretamente com os clubes, que ficaram insatisfeitos com a entidade, que meses depois foi 'rachado'. Por fim, a Globo conseguiu manter o monopólio do futebol brasileiro. Aí é que vem a outra questão...

O que não mudou?

Não mudou em nada o modo que a Globo trata as competições que transmite. Continua exibindo os jogos do meio de semana no horário tardio das 22 horas e segue monopolizando o futebol e não dando o valor devido. Tanto que, ano após ano, a audiência do campeonato está caindo e o público não se sente mais atraído a assistir o jogo do seu time, dando cada vez mais preferência aos jogos do futebol europeu.

O que também não mudou foi o incômodo que o Esporte Interativo causa às concorrentes. Como já foi citado antes, o canal está tendo muitas dificuldades em negociar com as grandes operadoras de TV paga. Dizem nos bastidores que a Rede Globo estaria boicotando a emissora, usando a sua influência para fazer de tudo para que o EI não expanda o seu alcance. Outro canal que ficou revoltado foi a ESPN, que não medirá esforços para não perder mais campeonatos para o canal da Turner, como as ligas inglesa e espanhola.

O que pode mudar?

Por fim, para essa pergunta ainda não há resposta. Como já foi visto quase de tudo nos bastidores da mídia esportiva, não tem como saber o que pode acontecer no futuro. Ainda mais com a forte concorrência entre os canais esportivos e, provavelmente, com a vinda de outras emissoras. O que dá para assegurar é que muitas novidades virão pela frente.

E para você, quais mudanças na mídia esportiva mais te impactaram nos últimos seis anos? E o que você espera para o futuro?
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