Polícia Federal vai investigar relação da CBF com a Globo
Apuração faz parte da colaboração às investigações do FBI sobre os escândalos de corrupção na FIFA
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Atual cúpula da CBF, com o presidente Marco Polo Del Nero ao centro (Foto: Divulgação / CBF) |
Os contratos assinados entre a Rede Globo e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) estão sendo investigados por agentes da Polícia Federal. O 'pacote' de documentos será submetido a uma análise de especialistas do órgão.
Segundo o jornalista Ricardo Feltrin, a apuração faz parte da colaboração que o país vem fazendo com as investigações do FBI no caso de corrupção na FIFA, que levou parte da cúpula do futebol mundial à cadeia.
A PF quer entender como funcionou a relação entre a gestão do ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e o Departamento de Esportes da Globo, que detém o monopólio de transmissão dos principais torneios de futebol há quase 40 anos.
A investigação da PF deve focar na época em que a Globo foi ameaçada de perder os direitos do Campeonato Brasileiro, em 2011. O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) tinha investigado os contratos da competição, à pedido da Record, e concluiu que modelo usado até então só beneficiava a Globo. Diante da decisão, e suspeitando que a Record poderia fazer uma oferta financeira superior à da Globo, a CBF de Teixeira e alguns times, como Corinthians e Flamengo, agiram nos bastidores e implodiram o Clube dos 13, responsável na época pela venda dos direitos de TV.
Quem apertou o detonador foi Andres Sanchez, como revelou a jornalista Monica Bergamo, no último domingo. CBF, Globo e outros clubes também se uniram para dar rasteira nas pretensões da Record. Com a negociação sendo feita individualmente com cada clube, eles driblaram a licitação ordenada pelo Cade, e o futebol brasileiro continuou mais exclusiva da Globo do que nunca. Porém, para manter o monopólio, a emissora teve de gastar quase R$ 1 bilhão a mais do que gastaria antes do imbróglio iniciado pela Record.
Até o momento, nenhuma suspeita recai sobre a Globo, mas como sua relação com a CBF, especialmente a gestão Ricardo Teixeira, foi e ainda é estreita, ela acabou entrando no foco da investigação também. A emissora sempre repete em seu noticiário regular que 'as empresas de mídia' não são suspeitas no escândalo, e afirmou à publicação que desconhece qualquer investigação e não quis comentar.
Já a CBF afirmou que 'a relação de quatro décadas do futebol brasileiro com a TV Globo é um 'case' de sucesso'. A entidade afirma ainda que está disponível para prestar quaisquer esclarecimentos às autoridades.
A Polícia Federal não comenta sobre investigações que estão em andamento.
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